quarta-feira, 23 de outubro de 2013

É PRECISO ACABAR COM A CENSURA ÀS BIOGRAFIAS


O Congresso tenta votar hoje o projeto que derruba a necessidade 
de autorização para a publicação de biografias.
É extremamente necessário que as biografias sejam liberadas em sua plenitude.

        Sou autor de uma biografia  Pedro e os Lobos  e estou escrevendo outra que envolve cinco biografados - um deles já morto e dois desaparecidos.

        Fora isso, tenho na algibeira o projeto de vasculhar a vida do líder da Vanguarda Popular Revolucionária  Onofre Pinto  personagem histórico pra lá de polêmico. Quem leu Pedro e os Lobos tem bem a dimensão disso.

        A defesa da proibição é capitaneada por um grupo chamado Procure Saber e que tem entre seus signatários nomes como os de Caetano Veloso, Chico Buarque e Djavan.

        Este último chegou a declarar que “editores e biógrafos ganham fortunas”.
Uma vasta mentira, já que sou editor e autor de uma biografia que já vendeu mais de 2.500 exemplares   uma ótimo desempenho em se tratando de venda de livros no Brasil    mas continuo na mais completa pindaíba. 

        Para não chover no molhado, faço minhas as palavras do jornalista Mário Magalhães, autor do livro sobre a vida de Carlos Marighella, em matéria recente publicada pelo portal UOL.


          “De acordo com o Código Civil, o direito de os cidadãos conhecerem a história é prerrogativa dos biografados e seus descendentes.
          O Estado não o assegura, para regozijo de políticos corruptos que almejam eternizar o segredo sobre seus atos. O acesso à memória e à verdade são direitos humanos hoje sonegados por normas totalitárias.”
(...)
           A ordem jurídica aceita hoje censura prévia. Quem gosta de censura é ditadura. Todo o malabarismo retórico que busca bloquear o conhecimento público sobre fatos e pessoas de dimensão pública sucumbe diante da seguinte constatação: se aparecer um neto desconhecido de Adolf Hitler no Brasil, teremos de solicitar protocolarmente autorização sua para publicar uma biografia em que o líder nazista seja descrito como genocida.
            Só em nosso país, entre as grandes democracias, Hitler seria consagrado como herói, pois só haveria biografias chapas-brancas.
(...)
            A legislação em vigor fere o direito de informar e ser informado, viola a liberdade de expressão, institui o monopólio da verdade, atrasa o Brasil. Não se resume a uma contenda entre biógrafos e censores, mas interessa à nação. É tão daninha que numerosos historiadores e jornalistas descartaram biografias promissoras, nocauteados pela intimidação de biografados e herdeiros que só admitem retratos bajuladores.”