Esta é uma escola municipal de Alter do Chão, no Pará, e foi tirada faz cinco anos.
Tal fragilidade remete a uma história verídica passada nos anos setenta em Rondônia e que mostra como o ensino sempre foi tratado com descaso no Brasil.
Hernani Nobre, um meu amigo, se formou em Pedagogia na USP aqui de São Paulo e foi viver em Porto Velho pensando fazer um trabalho social por lá. Acabou engajado na assessoria do secretário de Educação do Estado e resolveu visitar a periferia da capital para conhecer mais de perto a rotina e os problemas dos professores.
Ao chegar em uma escola, viu os alunos tendo aula no interior da escola e, pra não atrapalhar, foi ter com o homem que capinava o jardim:
- Muito bom dia. O senhor poderia me dizer que horas acaba a aula?
- Daqui meia hora.
- Tudo bem! Vou esperar porque sou da Secretaria da Educação e preciso falar com o professor.
- Mais o sinhô não percisa perdê esse tempão todo, não. Qui si é pra falá c'o professô, pode falá cumigo mermo.
- Ué. Mas o senhor não é o jardineiro?
- Não. Eu sô o professô. Fui nomeado pelo perfeito, que é meu tio, sabe cumé, que fica cuma parte do meu salário lá pra ele.
- Ora, se o senhor é o mestre por aqui, quem está dando aula?
- É o jardinero. Qui eu num sei lê nem escrevê direito. E ele sabe fazê as letra todinha. Intão, ele insina a molecada, inquanto eu fiquei tirano os mato do quintar.
Quando o Heranni me contou isso, passei a entender melhor o porquê de vivemos num país de analfabetos.
E pensar que Alter do Chão é um ponto turístico do Pará, procurado por pessoas do mundo todo, inclusive já foi considerada uma das mais belas praias do planeta!!!
ResponderExcluirE olha só o contraste , como é uma escola nesse lugar paradisíaco! Que será que fazem com o dinheiro do turismo?