sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A farsa por trás da história de Aleijadinho


        Quem não se emociona ao ouvir a história de Manuel Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que teria vivido entre 1730 e 1814, em Minas Gerais, e que, já deformado pela lepra, esculpia suas obras com o martelo e a talhadeira amarrados ao toco dos braços.
        Pois é, mas tem um enorme buraco nessa biografia e o gênio do barroco mineiro pode sequer ter existido.
Em primeiro lugar, a história de Aleijadinho só veio a tona 44 anos depois de sua morte com a publicação de uma biografia que, suspeitam os historiadores, não passa dum livro de ficção.
        Segundo, o tal escultor, mesmo se desconsiderando suas limitações físicas para jornadas longas em cima de andaimes, simplesmente teria de ter vivido umas dez vidas para esculpir todas as obras que lhe são atribuídas. 
        Já em 1996, falando à Folha de São Paulo pesquisador paulista Dalton Sala afirmou que Aleijadinho foi uma invenção do governo Getúlio Vargas. Para ele o mestre é um mito criado para a construção da identidade nacional, um protótipo do brasileiro típico: "mestiço, torturado, doente, angustiado, capaz de superar as deficiências por meio da criatividade".
         E disse também que nunca ficou provado textualmente que uma pessoa chamada Antônio Francisco Lisboa, conhecida como Aleijadinho, tivesse feito todas as obras que lhe foram atribuídas. Sala atribui a construção do mito Aleijadinho a uma necessidade política e ideológica da ditadura Vargas.
         Guiomar Grammont, autora do livro O Aleijadinho e o Aeroplano, vai no mesmo caminho. Afirma a hitoriadora que o artífice pode ter sido um mito inventado pela astúcia do Império, instrumentalizado pela ditadura do Estado Novo e saudado pelos primeiros modernistas, sobretudo por Mário de Andrade, que o descreveu como um herói miscigenado, gênio da raça, mulato genial que desafiou os padrões europeus e transgrediu as normas para criar uma arte autenticamente brasileira. 
         Eis aquí um abacaxi e tanto pros mineiros descascarem. Como continuar cultuando um herói das artes plásticas se Alejadinho tem tudo pra nunca ter existido.
         Parece que temos aqui um Roque Santeiro das Gerais, o personagem de Dias Gomes que foi mesmo sem nunca ter sido.

20 comentários:

  1. Pois é, essa esta pode ser mais uma estória, daquelas muitas que crescemos ouvindo, e pode ser que a verdade nunca venha à tona, porque quando se fala em identidade nacional o "Brasil" é mestre em enfeitar seu passado.

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    1. EU QUERO SABER QUEM FEZ AS ESTÁTUAS? POR QUE O PERÍODO
      BARROCO E ROCOCÓ EXISTIU,QUERO SABER QUEM FEZ AS IMAGENS?
      SE ISSO FOR REALMENTE MENTIRA QUE ESTE HOMEM NÃO EXISTIU
      EU VOU FICAR TRISTE PORQUE ADORO OBRAS DE ARTES SACRAS,
      SEJA ELA MESTIÇA OU NÃO.

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  2. Muito interessante essa especulação! Será que certos mistérios encontram voz na Teoria da Conspiração, ou a Teoria da Conspiração é que forja certos mistérios? Vale investigar. De qualquer forma, as anomalias que incentivam o debate sobre a autoria de obras estende-se a muitos outros. Lembra o tanto que já se questionou a existência de Shakespeare? – Foi um impostor, uma fraude, a assinatura encobridora de um personagem mais ilustre? – É um debate que ainda hoje continua dividindo os círculos culturais. Até a Francis Bacon foi atribuída a identidade de Shakespeare. Quanto ao Mestre Aleijadinho... Você cutucou minha curiosidade.
    Um abraço, querido.

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    1. SHAKESPEARE FOI OCULTISTA NA CORTE DA RAINHA ELIZABETH.

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  3. "Que coincidência"... Todos estes pesquisadores são brancos e Paulistas, e o Aleijadinho é um mestiço negro!!!

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    1. Assim como os que o defendem seu ze ruela. Deixa de ser idiota constate os fatos. É humanamente impossível esse homem ter assinado mais de 400 obras. Ou então fica aí acreditando em papai Noel e coelho da páscoa

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  4. Não podemos esquecer também, em Ouro Preto, do mito do Chico Rei? Se ele existiu, onde era a casa dele? Todos sabemos onde era a casa do Claudio Manoel da Costa e do tamas Antonio Gonzaga. Se o Chico Rei existiu mesmo, onde era sua casa?

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  5. NÃO DUVIDO QUE SEJA UMA BAITA MENTIRA! HOJE MESMO OUVI UM CD DE UM PADRE QUE FOI MUITO BEM RECEBIDO NA MINHA CIDADE E ENTRE ALGUMAS FANTASIAS DISSE QUE CONSTRUIU A IGREJA CATÓLICA LOCAL.SÓ SE FOI PEDREIRO EM ENCARNAÇÃO BEM ANTERIOR A DE AGORA.A DITA IGREJA FOI CONSTRUIDA NA DÉCADA DE 1860.
    OU SEJA 153 ANOS ATRAS.

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  6. sou mineiro e to cagando e andando nao faz a minima diferença pra mim se alejadinho existiu ou nao .

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  7. KKKKKK cada uma!!! E as obras quem fez? Puta merda a Igreja de São Francisco surgiu do nada????

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    1. Ninguém questiona a feitura das obras. Porém e muito conveniente p colecionadores ter muitas e muitas peças serem de conhecidas com obras de Aleijadinho. Uma jogada de marketing

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  8. Resumindo: quem inventou o avião era Paulista, quem escreveu a bíblia era Paulista, quem pregou Cristo na cruz era Paulista, quem fez as obras obras de aleijadinho era Paulista...ah, Deus é um Paulista também!!!! Haja paciência pra essa galera, Desculpe, deuses.

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    1. Exato!! Nunca vem aqui porquê só gostam de Shopping e saem com essa. É óbvio que Aleijadinho tinha um ateliê. Inclusive já está muito bem analisado o que é de sua autoria direta e o que é do ateliê (feito pelos seus ajudantes sob sua orientação).

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  9. Oh fato e que as obras e de uma mesma pessoa e isto inegavel o tipo de arte e suas projeções,os olhos o nariz,as dobras das roupas,e digo mais por mas que este dito historiador torça o nariz, estar cheirando pra aleijadinho mesmo ou alguém de um perfil similar na época,porquê quem fez foi de fato um ser discriminado e esquecido,se o Livro apareceu 44 anos depois após a morte dele de fato já eh anterior há Vargas.

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  10. Kkkkkkkkkkkkk
    Também acredito que não existiu mesmo brasileiro acredita em tudo.

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    1. As obras existem, o pesquisador Paulista deve saber quem as fez, claro, afinal, sabem de tudo. O mais irônico é o fato de, de acordo com o pesquizador paulista, Getúlio Vargas, que nasceu e cresceu no Rio Grande do Sul, preferiu dar as glórias do suposto forjamento das obras ao Estado de MG, ao invés de remeter a sua Terra natal, no mínimo curioso...

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  11. Claro que não excistiu . E as obras no Rio, na Bahia e em Pernambuco . Pura arte europeia . Eram muitos os que trabakhavam nestas obras . Não existe nem uma palavra escrita de seus contemporabneos , fioi "criado" 40 anos anos depois da suposta morte . Guimar de Grammont seguiu a trilha de Salomão de Vasconcellos, Waldemar de Alemida Brabosa, Vitor Figeuira, Feu Carvalho, Oyama Ramalho e Augusto de Lima Junior, grandes historiadores mineiros . E agora a professora Camila Kézia Ferreira vai no mesmo caminho. Farsa completa o "genial" que ninguém viu ou comentou .

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  12. Primeiramente, antes de fazer uma postagem crítica num blog você deveria pesquisar para fazê-lo com propriedade. A identidade civil de Aleijadinho era Antonio Francisco Lisboa, e não Manuel Francisco Lisboa. A outra questão é relacionada à doença: desconfia-se que tenha tido lepra, mas há grandes possibilidades de ele ter contraído sífilis, além disso ele tinha os braços, mas em virtude da doença, foram atrofiando com o passar do tempo, por isso amarrava o cinzel e o martelo para esculpir.
    Com todo o respeito que tenho aos pesquisadores, principalmente a Dalton Sala, essa teoria é mera especulação. Não há nenhuma comprovação do fato nem respaldo de outros pesquisadores. Sobre o fato de Aleijadinho esculpir um número tão grande de obras, é preciso lembrar que a grande maioria de seus trabalhos tinha como matéria prima a pedra-sabão, escolhida pelo artista exatamente pela maleabilidade.

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    1. Exatamente Luciana, ia falar isso! O texto é cheio de impropriedades, como a doença, que o autor desse texto afirma. Legistas, exumaram o suposto corpo de Aleijadinho, e mesmo com pesquisas,não chegaram a um denominador comum sobre a doença e, junto com seus supostos restos mortais, haviam outros ossos de uma outra pessoa.
      Acredito que algumas obras foram exclusivamente feitas por ele e outras por seus aprendizes, sobre sua orientação, chegando a este número que é atribuído à seu legado. Agora, dizer que ele não existiu, é demais. Então é muita gente inventada: assim seria Rodrigo Bretas, a nora de Aleijadinho, que deu depoimento que virou livro, o pai , a mãe e todos que o rodeavam. Se essas obras estão lá, alguém fez.

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  13. Como foi inventado na década de 30, se em 1758 já havia um livro sobre ele, escrito através de depoimentos e documentos comprobatórios (ainda que precários - não elucida sua vida toda) Mas, já o bastante para derrubar que surgiu do nada.

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