quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Um enigma chamado Onofre Pinto


           Pesquisando a fundo a história dos movimentos guerrilheiros que enfernizaram os militares durante o regime pós-64 para o livro Pedro e os Lobos, me deparei com uma figura assaz enigmática: a do ex-sargento Onofre Pinto.
       E o mistério maior que cerca a vida de um dos fundadores da Vanguarda Popular Revolucionária é a sua morte. A versão em curso diz que Onofre e outros militantes da esquerda armada tentavam entrar no Brasil a foram mortos na região de Medianeira, no Paraná, em julho de 1974.
       No livro Autópsia do Medo, o jornalista Persival de Souza descreve em minúcias a morte do líder da VPR:


Os corpos?
Sumiço em estilo da fronteira. 
Nada de rituais. Nada de simulações. Nada de laudos. Nada de pistas. 
O próprio grupo executor escolheu o lugar, na linha da fronteira, para cavar os buracos e jogar dentro os corpos, cobrindo-os com terra novamente. 
Fleury sorriu, satisfeito, e pisou, com o bico do sapato bem engraxado,
a terra fofa da cova onde Onofre desaparecia para sempre. 
Contemplou por alguns minutos aquele lugar, aquela situação, aquela circunstância que, se fosse feita a vontade do finado, seria inversa – exatamente a dele. 
Estava justificado, pois.

           Já o também jornalista Aloísio Palmar em Onde Vocês Enterraram Nossos Mortos narra assim a execução do ex-sargento:





Onofre Pinto morreu com um tiro na cabeça. Seu ventre foi cortado e entre suas tripas colocada uma caixa de câmbio do jipe que até então estava abandonada num canto da casa (...). 
Seu corpo foi posto na Rural Willys e levado para fora de Foz do Iguaçu.
No meio da noite, os militares subiram para a antiga estrada de acesso à Guaíra
e antes de chegarem à Santa Helena   jogaram o corpo nas águas do Rio São Francisco Falso. 
Seis anos depois a região foi inundada para formar o lago de Itaipu.

         Como pode? Duas versões extremamente detalhadas para a morte de alguém cujo cadáver nunca foi encontrado. E existe ainda no arquivo do extinto Dops paulista um telegrama datado de 10 de julho de 74 onde o Exército informa àquele órgão que Onofre estaria entrando no Brasil pelo Uruguai. Ora, como a emboscada ao líder guerrilheiro poderia estar sendo tramada na fronteira do Brasil com o Paraguai e a Argentina se ele rumara para o Rio Grande do Sul, via Uruguai, a, pelo menos, mil quilômetros dali.

      


      Na minha opinião, Onofre sequer morreu naquele ano e local. E, enquanto não for encontrado seu restos mortais - se é que eles existem - continuo a procura de dados mais concretos sobre o que aconteceu com o compadre de Pedro Lobo depois que eles se despediram no aeroporto Argentino, no episódio do exílio do personagem principal do meu livro.  

8 comentários:

  1. Acho que não é díficil concluir que o cidadão foi, ou sempre foi, como o cabo Anselmo um agente provocador

    Livre pensador

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    1. Livre pensador, vc não deveria falar sobre o que não sabe. Quem não tem medo de falar não fala como anônimo.

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  2. Na página 109 do livro de João Carlos Bona Garcia "Verás Que Um Filho Teu Não Foge À Luta" levanta a possibilidade de Onofre ser da polícia. Já li opiniões semelhantes.

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  3. Esta questão é muito delicada. E é preciso uma longa investigação para se entender quem foi Onofre Pinto. Um trabalho que já comecei e pretendo me aprofundar.

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  4. É Estarrecedor ver um dito jornalista e professor COMUNISTA CONVICTO publicar um livro de um Terrorista, assassino, safado que participou da morte a sangue frio do Capitão do Exército Americano Charles Chandler.O Capitão foi morto na frente da mulher e filhos covardemente. http://www.averdadesufocada.com/index.php/outubros-vtimas-do-terrorismo-43.Se eu fosse um dos filhos do Capitão, eu viria ao Brasil e mandaria para a vala todos que participaram da morte do Pai.. inclusive esse assassino terrorista de nome Pedro.Vc deve ser mais um comunista que está mamando nos Governo comunista do PT. Se eu te encontrasse na rua..cuspiria na sua cara..seu verme sujo..defensor de terroristas e assassinos!!

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  5. Li seu livro "Pedro e os Lobos",é excelente.Continue pesquisando e mostrando a
    verdade desse período nefasto da nossa história.Abraços

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  6. Sei a versão verdadeira: O grande herói nacional, Sérgio Paranhos Fleury, colocou esse vagabundo, desertor e traidor em um moedor e o jogou no Iguaçu, dizem que no outro dia haviam milhares de peixes mortos! Pobres peixes! Viva Fleury, viva Ustra!!!

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  7. Um grande herói nacional!Nem todos os militares são lambe-sacos da elite!E uns idiotas,como sempre,postando merda sem argumento!Ditadura nunca mais!!

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