sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A normatização da trepada



        Não sou nenhuma ortoridade em termos de sexo. Aliás, sou até um fracasso no assunto, mas não dá pra aguentar a normatização duma coisa que "não tem governo e nem nunca terá", como diz a música de Chico Buarque.
        Pois então! Ontem a noite, no Programa do Jô, Maurício Sita foi falar sobre seu livro: Como levar um homem à loucura na cama.
        A partir duma pesquisa feita com uma penca de machos, o autor chega a uma série de dicas de o que funciona realmente numa transa a dois, homem e  mulher, necessariamente. As bichas ficaram de fora do estudo.
        Tudo bem. Tem coisas que eu acho meio padrão na cama - ou no sofá, no carro, na praia, no meio do mato - e até que podem ser consideradas fundamentais.
         Mas o sexo é apenas uma grande brincadeira entre duas pessoas que se gostam. Fora disso, não tem regra ou dica que funcione direito.
         Tem mulher que gosta de levar umas palmadas, tem mulher que não se permite ao sexo anal, tem mulher que... E tem homem que não gosta que toquem nos seus mamilos - como eu - mas o autor jura que esse tipo de carinho é fundamental para o prazer.
         O cara chega ao cúmulo de dizer que sem um bom "boquete" - o termo é dele - o sexo não pode ser considerado completo.
         Como não pode, cara pálida?
         Tem mulher que não gosta de fazer a tal da felação e nem por isso o sexo com ela deixa de ser perfeito.
         Não li o livro. Também não pretendo lê-lo, porque acho que no sexo tudo varia de casal pra casal, de pessoa pra pessoa, do estágio da relação, do tempo de convivência, da personalidade de cada um e das fantasias de cada um. Depende, muitas vezes, do universo cultural onde se está incluído. E manual nenhum conseguirá padronizar isso.
         A obra deve vender muito? Deve, já que a esmagadora maioria dos casamentos tendem à rotina e as pessoas ficam tentando salvar o barco por não se tocarem que as relações acabam com o tempo.
          Mas que transar com um livrinho na mão, com uma cola de prova de química ou matemática, só vai piorar a brochada.



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