quinta-feira, 29 de julho de 2010

O governo Lula e o PIB





"É preciso crescer o bolo da economia primeiro, para dividi-lo depois com a população."

          A máxima de Delfim Netto lançada no inicio da década de 70, durante o Milagre Brasileiro, mostra bem a postura dos governos que se sucederam no comando do Brasil até a chegada do Lula ao poder.
Por este raciocínio, como só o empresariado teria condições de gerar empregos em grande escala, nada mais justo que dar a banqueiros, industriais e grandes empreiteiros todo o capital disponível. 
E o povão que espere na miséria o crescimento do bolo.
Como nunca teve qualquer preocupação com o povaréu faminto, o que nosso empresariado fez foi desviar para o mercado especulativo boa parte do capital recebido a juros subsidiados.
E deu no que deu:
Rapidamente, o Brasil mergulhou numa crise econômica crônica que atravessou décadas. Por fim, o povaréu acabou pagando a conta da ganância das elite sem ter visto uma única migalha do tão prometido quitute econômico. 
            Aí vem o Lula e diz:
            - O que precisamos é dar de comer aos miseráveis.
            E saí distribuindo renda, com aumento real do salário mínimo, as bolsas-famílias e congêneres.
            Quando a tiazinha aposentada lá dos cafundós do Piauí recebe esse dinheirinho a mais, ela não vai pensar em aplicá-la no mercado especulativos em busca do lucro fácil. Ela corre é comprar leite pro netinho que cria, e que antes só comia farinha.
            Aí, o dono da venda, que há décadas sobrevive dos caraminguás duma economia estagnada, vai sentir suas vendas aumentarem veritignosamente. Afinal, são centenas e centenas de velhinhas comprando leite todo dia.
            Em pouco tempo nosso vendeiro, o dono das cabras, o transportador de leite, o dono da revenda de ração, todos terão que aumentar a produção e contratar novos funcionários. E o lucro que sobra será investido na compra dum carrinho mais novo, da reforma da casa, na compra dum aparelho de TV.
            Imaginem esse processo acontecendo em milhares e milhares de municípios. Tá aí o segredo do crescimento vertiginoso do nosso Produto Interno Bruto nos últimos anos, mesmo estando o mundo mergulhado numa profunda crise financeira.

Um comentário:

  1. Pois é camarada, aposto que LULA não desmembrou o "capital", para fazer a sua própria análise de economia coletiva, "LULA é o fruto do drama",e quem viveu a história, tira de letra a economia financeira, quem vivia na miséria "não vive de utopia", que o básico e o simples necessário, para viver, como um passaro livre!!

    Ainda verei LULA na USP, dando aula de pós DOutorado aos intelectualoides, me incluo nessa ai também, porque quero aprender com esse homem, bem de perto!!

    Henrique Ruscitti

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