sexta-feira, 16 de julho de 2010

Perdeu a graça

Desde que me politizei, no final dos anos 90, as eleições foram uma festa.
E sempre torci pro PT –   que ajudei a fundar –   apoiei candidatos, acompanhei a propaganda na TV, os debates, me envolvi em infindáv eis discussões de botequins etc.
Nos bons tempos da boca de urna, então, o dia da votação era especial.
Crachá de fiscal pendurado no pescoço, lá ia eu pras escolas distribuir santinhos, coordenar os boqueiros e fiscalizar os locais de votação.
Quando o voto ainda era de papel, o trabalho de acompanhamento da apuração só acabava na madrugada do dia seguinte com abertura a última urna no Clube Atlético Juventus.
A chegada do PT ao poder, os mensalões, as coligações à direita, a profissionalização dos quadros e o fim da boca de urna tiraram a graça das eleições. Quase deixo o partido no auge da crise do mensalão e, embora ainda vote na legenda, abandonei de vez a militância apaixonada.  
Este ano, até vou votar em outro partido para deputado Federal: no ex-guerrilheiro e meu amigo Darcy Rodrigues, do PDT.
Uma pena.
Meu deputado estadual aqui em Sampa é o Adriano Diogo, do PT, número 13.444, um cara corretíssimo e com um senso de ética política invejável.
Ficam aí as dicas.
Um bom dia a todos.

3 comentários:

  1. Eu peguei uma eleição só que ainda era no papel e logo a seguinte mudou para urna eletrônica... uma pena, pois a bagunça que fizemos durante a boca de urna na Transilvânia, digo, Brasília, ficará pra sempre na memória...

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  2. Amigo Laque, gostei da definição de internet:
    "mundão sem porteiras."
    E quero te dizer que conheci a militancia do PT em 1986, trabalhando nas eleições aqui em Belém,Os fiscais, militantes de amor, não tinham dinheiro para comer.Mas estavam ali, a serviço do que acreditavam.
    Acho que o PT virou um grande gerente dos negócios dos banqueiros.
    Como que um governo de " esquerda", em 8 anos, deixou que as corporações bancárias(Itaú, Bradesco, por ex,) tivessem tantos lucros?E como que ele permitiu essa junção UNIBANCO X ITAUO .Pior é que tem gente que chama os petistas de comunistas mesmo depois que o Lula disse ao Brasil todo atraves do filme produzido pela Rede Globo: "EU NÃO SOU COMUNISTA"( porque tinha ido buscar seu irmão, que na época era comunista e foi torturado- só que ele não diz isso no filmezinho fabricado pela alta burguesia nacional da comunicação).
    Eu escrevi que DILMA,SERRA e MARINA estão na mesma conjuntura, no mesmo contexto, pensam do mesmo jeito.São todos gerentes ou candidatos a gerentes dos negócios da burguesia.
    Eu votarei em IVAN PINHEIRO-PCB 21, ainda que seja um partido que está se reestruturando aos poucos mas ao menos estamos aí ,com candidato proprio contra os três( que não são nada patetas)
    amigos de empresários, banqueiros, latifundiários.

    Ninféia G
    Poeta de Belém do Pará
    www.reflexoesemversos.com.br

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  3. Grande poetisa,
    A despeito da minha "mágoa" com o Partido e do desabafo no texto, há algumas considerações a serem feitas:
    Deter o poder é uma coisa muito diferente de fazer oposição pura e simples, onde vale tudo. Aí dou uma pitada de razão àqueles que comandaram a transição dum partido de oposição a um partido que chega ao poder.
    No nosso sistema presidencialista é impossível se governar sem a maioria, e é quase impossível se ter essa maioria via voto. Assim, em 2010 quem ganhar (seja a Marina ou até o Ivan Pinheiro) terá que compor para fazer a maioria (infelizmente não somos parlamentaristas).
    E vai ter que se aliar à escória, que é quem vira base de governo em troca de favores ou dinheiro vivo (como foi o mensalão).
    Então, claro, fiquei muito deprimido ao ver o PT se transformar num balaio de trocas. Mas reconheço, se não fosse assim, não conseguiria ter um projeto aprovado.
    E, uma vez no governo, tem-se que governar para todos, não só para os preceitos petistas (o que só seria possível com uma revolução).
    Também vejo diferenças gigantescas no projeto da Dilma, do Serra e da Marina. E sou Dilma já que os projetos sociais do PT é que capilarizaram os investimentos fazendo com que camadas nunca beneficiadas da população pudessem ter acesso a programas sociais que dinamizaram economias locais estagnadas. E foi isso que permitiu o Brasil continuar crescendo na crise mundial.
    Durante a ditadura os militares destinaram toda a verba aos grandes industriais. Afinal, seriam eles que iriam criar empregos. Só que a grande maioria aplicou o grosso da grana no exterior e, quando o Milagre fez água, jogou o resto nas contas secretas da Suíça. E deu no que deu.
    Duvido que o desempregado de Quixeramobim vá investir os R$ 60,00 que recebe por mês do bolsa-qualquer-coisa no exterior. Ele vai é comprar leite no mercadinho da esquina e ativar a economia local.
    Temos que continuar com esse modelo ou cairemos no modelo PSDBista que resultou na década perdidas 90.
    É isto!
    Pelo menos é essa minha opinião.

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