terça-feira, 3 de agosto de 2010

A revolução dos blogs


           Marinheiro de primeiras viagens na blogosfera, estou impressionado com a força deste instrumento. 
           Há pouco mais de duas décadas, quando ainda vendia minha força de trabalho para grandes veículos de comunicação - Folha de São Paulo, Editora Abril - sofri muito com os limites impostos pela prepotência de editores, secretários de redação e outros chefetes atrelados à linhas editoriais e interesses escusos dos donos da comunicação no país. 
         Isto sem falar nas relações de trabalho, onde o jornalista era tratado quase como um operário braçal, com jornadas abusivas sem qualquer pagamento de extras, plantões absurdos de finais de semanas e madrugadas, também sem qualquer remuneração adicional. 
        Num grande jornal, fiquei dois anos como freelancer, ganhando uma mixaria por matéria publicada, sem qualquer direito trabalhista, férias, 13º, tickt refeição. Isto, tendo que ralar o mesmo tanto ou até mais que os colegas contratados pela CLT. 
        Quando ia reclamar, ouvia sempre a mesma ladainha do editor. 
        - Não podemos efetivar você porque geraria mais gastos e o nosso desafio aqui é fazer um grande jornal com pouco dinheiro. E, você tem que considerar que, apesar de ganhar pouco, está tendo o privilégio de assinar suas matérias no maior e melhor jornal do país!     
         É mole?
         Com a explosão da Internet e dos blogs, esta relação de trabalho está mudando rapidamente. 
         Uma simples navegada pela Blogosfera dá uma idéia de quanta gente boa - jornalistas de primeira linha, intelectuais, artistas de várias matizes - dão seus recados diariamente. E o que é fantástico, sem qualquer exigência ou censura de donos de mídia, de editores prepotentes ou de linhas editoriais atreladas a escusos interesses corporativos. 
         Claro que o jornalismo de blogs hoje ainda está engatinhando, e é quase que totalmente opinativo. Mas o caminho natural será o surgimento de mini-agências noticiosas que se encarregarão de produzir matérias investigativas nos mais diferentes segmentos.  
         A internet, da forma como foi construída e que se mostra até aqui, é  um instrumento midiático pra lá de democrático. 
         O que precisa e estarmos sempre atentos para impedir que um dia desses um legislador mais sectário cisme em criar barreiras que limitem essa livre expressão.

Um comentário:

  1. Oi João Roberto,

    Legal ter mais um amigo nesta blogosfera, vou linkar este blog no meu,coisas legais devem ser divulgadas.
    Seu artigo é muito bom e devemos lutar contra os legisládores sectários, pois eles já começaram a agir.

    Abraços

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