segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Estão duvidando...



     Alguns dos meus perseguidores estão duvidando da existência da Mina Perdida do Capitão Lamarca revelada na postagem da última sexta-feira (leia esta postagem rolando a página). E me perguntam: "se você tem o mapa, porque ainda não foi lá procurá-la?"
       Ocorre que sou socialista, tenho valores, digamos assim, mais espirituais que materiais, portanto desprezo fortunas fáceis. Mas cabe a você, que não tem todo esse despreendimento, comprar logo um exemplar de Pedro e os Lobos no site www.pedroeoslobos.com e garantir a chance de ficar milhardário.
        E, para aqueles que ainda continuam céticos, reproduzo abaixo o capítulo de Pedro e os Lobos onde está registrado a veracidade histórica dos fatos.


Em busca do ouro

Nem tudo que reluz é ouro. Nem tudo o que balança cai.

                                                                                                                              Ditado popular.

            José Araújo da Nóbrega também volta do exílio com a anistia e passa a visitar Pedro no Vale do Ribeira. Numa dessas ocasiões, o ex-sargento do Exército diz ao amigo que, durante a fuga com o grupo de Carlos Lamarca em 70, havia encontrado uma pepita de ouro numa cachoeira perdida no meio da Serra do Mar.
            – O Zé Nóbrega me disse que a pedra era maior que uma bola de bilhar e que naquela área deveria haver uma verdadeira jazida de ouro. Ele até descreveu barranco de onde arrancou a pedra, que ficava perto duma cachoeira na Serra do Cavalo Queimado, às margens do Rio Pilão, afluente, à esquerda, do Ribeira de Iguape.
            José Nóbrega conta também que os militares que o capturaram tinham ficado muito interessados naquela pedra.
            – Eu tinha guardado a pepita na minha mochila e acabei perdendo as duas durante o tiroteio na entrada de Sete Barras. Depois que me capturaram, durante os interrogatórios um coronel quis saber:
– E aquela pedra que estava dentro da sua mochila, onde você encontrou?
            – Obviamente, eles mandaram avaliar aquilo e tiveram a certeza de que era ouro. Mas eu não ia abrir pros caras o lugar exato em que podia estar a mina. Então, mesmo apanhando muito, desconversei:
– Achei aquela pedra no meio da mata. Como andamos a esmo por vários dias, não tenho a menor ideia do ponto da serra em que estava.
            Empolgado com a possibilidade de ficar miliardário, Pedro resolve acrescentar mais um item na sua carregada ficha profissional: garimpeiro.
– Ouvi tudo aquilo e achei a história interessante. Então, quando foi lá um belo dia nós juntamos alguma tralha e fomos procurar o tal riozinho da pepita de ouro.
José Nóbrega conta também que, naquela região, Carlos Lamarca mandara enterrar parte do armamento usado nas duas bases.
– Como tudo fora embalado com muito cuidado, mesmo depois de tanto tempo tinha a chance de que alguma coisa ainda estivesse em bom estado.
            Munidos de mochila e disposição de caminhar por vales e pirambeiras cobertas de mata, os dois ex-guerrilheiros, acompanhados pelo filho de José Nóbrega – Marco Aurélio, de 18 anos – e por um dos irmãos de Onofre Pinto – Nagib – partem em busca das armas e o veio aurífero perdido nas escarpas da Serra do Mar.
            – Nós batemos todas as cachoeiras e vasculhamos dezenas de clareiras na mata, mas não conseguimos descobrir nada, nem armas, nem qualquer pista que indicasse onde ficava o tal veio que gerou aquela pepita.
            Pelo menos mais uma dúzia de vezes os dois intrépidos companheiros ainda se aventurarão na empreitada. Entretanto, Pedro e José Nóbrega acabam sem conseguir um único fuzil enferrujado ou qualquer grama do precioso metal dourado.
            Como a região ainda permanece intacta, abaixo segue um mapa que pode auxiliar àquele leitor disposto a se aventurar em busca do veio de ouro escondido no Ribeira.  

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