Há uma máfia por trás da distribuição e vendas de livros no Brasil.
Consegui bancar Pedro e os Lobos sozinho e agora enfrento total dificuldade pra colocá-lo nas livrarias porque, simplesmente, ninguém quer distribuir o livro.
Estive ontem na Bienal e conversei com algumas distribuidoras. E a resposta é sempre desalentadora.
O sujeito sequer te convida pra sentar ou pede pra ver o jeitão da obra. Ainda em pé, ele diz que o negócio não interessa:
- Já temos problemas em lidar com o catálogo das grandes editoras, imagine se formos acolher também os livros das pequenas. Não dá!
E a conversa morre aí.
Sem ter uma distribuidora, o livro não chega às cerca de 1500 livrarias espalhada pelo país.
Com as grandes redes de livrarias o negócio pode ser direto, sem o distribuidor, mas a lenga-lenga é a mesma:
- Não temos espaço pra expor o livro nas lojas!
Então, quando muito sua obra vira mais um dos milhares de itens do catálogo digital dum Submarino da vida.
Outra crueldade contra o pequeno editor é o preço de venda.
As livrarias querem a metade do valor de capa e ponto. Não há negociação, choro ou vela.
Todo mundo só pensa no filé. E que se dane quem está começando.
Diante desta sinuca de bico, só resta ao autor desconhecido desisitir da produção independente e jogar sua obra nas mãos duma grande editora. Aí, todo o lucro vai pra ela enquanto o escritor terá que se contentar com uma mixaria – em média 5% - de direito autoral.
Talvez esteja aí um dos motivos pelo qual o brasileiro lê pouco e escreve menos ainda.
É importante saber dessa realidade enquanto a mídia faz adivulgação festiva da Bienal do Livro em São Paulo.É bom saber o que se passa nos bastidores.
ResponderExcluirMas esse poder tb tem crise: esse lance de ir fantasiado de seu personagem favorito para ter acesso gratuito ao evento,ou seja, uma promoção para que as pessoas visitem a feira, é desolador.
D.Quixote lutando contra os moinhos de vento pensando que são guerreiros inimigos seria até uma boa alegoria sobre a luta dos autores iniciantes contra a máfia referida no artigo.
Mas o que faz os pequenos escritores virarem grandes é que eles não desistem. Ou seja, NÃO DESISTE! VAI NA FÉ!
ResponderExcluirConcordo plenamente com as colocações de Ninfeia e Kaah. Mesmo sendo árdua sua batalha, vá em frente, João; a qualidade de seu trabalho será reconhecida e recompensada.
ResponderExcluirPois é, companheiros. Acho que a solução seria criarmos uma espécie de Associação dos Micro Editores ou uma coisa assim.
ResponderExcluirVou montar uma livraria e vou me especializar em atender a turma anônima. Esse é o filão. Chega de agapezinho de Pe. Marcelo rossi. é f.
ResponderExcluirMeu blog esteve desativado por um ano, assim só agora vi sua mensagem. Me interessa colocar o livro Pedro e os Lobos em sua livraria. Me contate pelo e-mail laque@ibest.com.br.
ExcluirAbração.
Escrever e publicar é fácil. Complicado é ter um lugar na cabeça do possível frequentador de livrarias e ganhar um lugar na prateleira. As cabeças estão cheias de desejos e dívidas.
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