sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Máfia dos livros



        Há uma máfia por trás da distribuição e vendas de livros no Brasil.
        Consegui bancar Pedro e os Lobos sozinho e agora enfrento total dificuldade pra colocá-lo nas livrarias porque, simplesmente, ninguém quer distribuir o livro.
        Estive ontem na Bienal e conversei com algumas distribuidoras. E a resposta é sempre desalentadora.
        O sujeito sequer te convida pra sentar ou pede pra ver o jeitão da obra. Ainda em pé, ele diz que o negócio não interessa:
        - Já temos problemas em lidar com o catálogo das grandes editoras, imagine se formos acolher também os livros das pequenas. Não dá!
        E a conversa morre aí.
        Sem ter uma distribuidora, o livro não chega às cerca de 1500 livrarias espalhada pelo país.
        Com as grandes redes de livrarias o negócio pode ser direto, sem o distribuidor, mas a lenga-lenga é a mesma:
        - Não temos espaço pra expor o livro nas lojas!
        Então, quando muito sua obra vira mais um dos milhares de itens do catálogo digital dum Submarino da vida.
        Outra crueldade contra o pequeno editor é o preço de venda.
        As livrarias querem a metade do valor de capa e ponto. Não há negociação, choro ou vela.
        Todo mundo só pensa no filé. E que se dane quem está começando.
        Diante desta sinuca de bico, só resta ao autor desconhecido desisitir da produção independente e jogar sua obra nas mãos duma grande editora. Aí, todo o lucro vai pra ela enquanto o escritor terá que se contentar com uma mixaria – em média 5% - de direito autoral.
        Talvez esteja aí um dos motivos pelo qual o brasileiro lê pouco e escreve menos ainda.

8 comentários:

  1. É importante saber dessa realidade enquanto a mídia faz adivulgação festiva da Bienal do Livro em São Paulo.É bom saber o que se passa nos bastidores.
    Mas esse poder tb tem crise: esse lance de ir fantasiado de seu personagem favorito para ter acesso gratuito ao evento,ou seja, uma promoção para que as pessoas visitem a feira, é desolador.
    D.Quixote lutando contra os moinhos de vento pensando que são guerreiros inimigos seria até uma boa alegoria sobre a luta dos autores iniciantes contra a máfia referida no artigo.

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  2. Mas o que faz os pequenos escritores virarem grandes é que eles não desistem. Ou seja, NÃO DESISTE! VAI NA FÉ!

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  3. Concordo plenamente com as colocações de Ninfeia e Kaah. Mesmo sendo árdua sua batalha, vá em frente, João; a qualidade de seu trabalho será reconhecida e recompensada.

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  4. Oi Amigo,

    Enfrento a mesma dificuldade e olha que o meu livro foi publicado por uma editora, precisamos conversar e tentar junto com outros bloqueiros que enfrentam o mesmo e achar uma solução; como diriam os bichos "todos juntos somos fortes".

    Abraços e bom fim de semana.

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  5. Pois é, companheiros. Acho que a solução seria criarmos uma espécie de Associação dos Micro Editores ou uma coisa assim.

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  6. Vou montar uma livraria e vou me especializar em atender a turma anônima. Esse é o filão. Chega de agapezinho de Pe. Marcelo rossi. é f.

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    1. Meu blog esteve desativado por um ano, assim só agora vi sua mensagem. Me interessa colocar o livro Pedro e os Lobos em sua livraria. Me contate pelo e-mail laque@ibest.com.br.

      Abração.

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  7. Escrever e publicar é fácil. Complicado é ter um lugar na cabeça do possível frequentador de livrarias e ganhar um lugar na prateleira. As cabeças estão cheias de desejos e dívidas.

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