sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Privacidade

        

           Desde o primeiro ano da faculdade de jornalismo já me imaginava trabalhando na mídia impressa, longe de qualquer câmera ou microfone. Isso porque, muito embora seja um cara até comunicativo, sempre me apavorou a idéia de, algum dia, vir a ser reconhecido na rua pelas pessoas.
           Considero a privacidade um item fundamental para a felicidade. 
            Há seis anos, numa carreata de dez horas em cima da carroçaria dum caminhão, diante de um fã mais impertinente, o senador e atual candidato a governador por São Paulo, Aloísio Mercadante me segredou:
             - Você só dá valor a privacidade quando a perde. Eu, por exemplo, só tenho paz quando estou na minha chácara de Brasília. De resto, onde estiver serei abordado por gente que nunca vi, mas que age como se fosse da minha intimidade. E tenho sempre que ser simpático, abraçar o cara, a mulher dele, dar beijinho nos filhos, e ainda fazer pose para a tradicional foto. Se não fizer isso, vão me taxar de chato, mal humorado, arrogante.
             E pensar que existe um turbilhão de atrizes e modelos que não podem ver uma câmera de TV e já correm atrás com um sorriso armado na boca. Esse povo ainda liga pros paparazzi de plantão toda vez que sai de casa pra jantar, ir no cabeleireiro ou visitar um shopping.
             É muito masoquismo, ou será uma imensurável necessidade de auto-afirmação?  

Um comentário:

  1. Gosto tanto da minha privacidade que assino Vampira Olímpia nesse meio virtual sem portas, janelas, muros e afins.

    Beijoooooooooooooooooooooos

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